Vícios

Tenho fome da liberdade,
Descontrolada por um vício que me usa, será que isso é um sinal de fraqueza.
Satisfeita por esse vicio usar-me, engano-me a mim mesma...
Apesar de tudo quero parar de ser consumida pelo prazer
Por vezes apanho-me a mim mesma perdida, à procura de um sinal, de uma força, de uma esperança
Porque estou cansada, já não consigo lutar, e desistir parece-me o melhor caminho,
As encruzilhadas assustam-me, por isso fecho os olhos e espero pela resposta…
Enquanto espero continuo a ser consumida pelo doce vicio

A minha mãe sem sorrisos

A mamã saí à noite nervosa
diz que vai ganhar para mim.

Quando chega a casa está a chorar
diz que só me quer abraçar.

Está a marcar a camisa com as suas lágrimas
esconde-as com um sorriso,
Esta minha vida já tem várias páginas
Prepara-me a comida
com uma cara sem vida,
os olhos cansados
e a boca rasgada dos amassos

Não gosto de a ver assim,
pede-me que cante para ela,
diz que sou tudo.
Quando me vou deitar
embala-me ao ouvido
com uma cantiga arrastada
mas não deixa de cantar
mesmo cansada

Cansada de dançar
na vida de desconhecidos
ao murmúrio de inimigos
mas continua a dançar
a minha mãe sem sorrisos

Crime Passional

Páras com a tua corrida sem rumo, consigo ver pelo canto do olho, mesmo que queiras não consegues fugir.

Eu grito "fica" mas tu hesitas, dás um passo atrás; mesmo assim continuas com a tua corrida mas agora está mais arrastada pelo tempo que passa tao lentamente...

Tic tac, Tic tac

Mas por fim passa, não sou imune ao tempo, felizmente

Será que tudo vale a pena, será que não foi apenas um acto de impulso, um momento sem pensar que mais tarde irá pesar

Mas não me arrependo porque por ti até um crime passional

Serve.